Palavras afiadas
O meu coração entrou em autodestruição. É tão fácil a forma como algo tão simples nos consegue ferir. Gostar fere. Não gostar fere. Não querer fere. A morte fere. É nestes momentos que dá vontade de saltar o cemitério, desenterrar-te e esperar que estejas viva à espera de braços abertos para te dar aquele abraço forte que eu tanto preciso agora. Eu já não me reconheço, avó. Eu já não sou a Margarida sofre tudo por nada. Eu sou a Margarida que se cala e finge que está tudo bem tal como tu mostrava que estavas e na realidade estavas a morrer. Não sei o que é o pior se é a minha preguiça de me levantar da cama ou se é a minha vontade de gritar e acabar com isto tudo. Este sítio não é para mim. Eu preciso de sair daqui. Parece que a estrada tornou-se num cubículo de quatro paredes em que sou eu que estou encurralada. Dorme bem